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Além da Bitcoin

Há oito anos, desafiando a realidade, surgiu a primeira criptomoeda, a Bitcoin. Depois disso surgiram mais de 1300 novas moedas digitais, cada uma com uma característica específica e seu valor próprio.

O ano de 2017 foi especialmente importante para as criptomoedas, por exemplo, a Bitcoin chegou a custar mais de US$ 18.000 com um porcentagem de lucro maior que 1500%. Porém, outras moedas também ganharam destaque sobre seus competidores.

Considerando todas as moedas existentes, o mercado de moedas digitais já alcança mais de US$ 537.173 milhões, no qual a Bitcoin chegou a representar 55%, porém o rápido crescimento de outras moedas nos obriga a sempre estar atualizando esse panorama.

Ethereum
A Ethereum foi criada entre 2014 e 2015 e foi considerada por especialistas como uma Bitcoin 2.0. Essa moeda gerou uma explosão de demanda em 2017 que elevou seu preço sobre os 8.000%, passando de US$ 8,17 a US$ 695. Martín Jofré e Rafael Meruane captaram esse fenômeno e em novembro de 2016 fundaram CryptoMkt, criando “o primeiro mercado na América Latina no qual as pessoas podem comprar e vender Ethereum” segundo Jofré.

No primeiro mês de operação no Chile a empresa conseguiu 37 clientes, mas em apenas “13 meses de operações superaram os 24.000 usuários, duplicando a quantidade de usuários a cada três meses”, segundo Jofré. Só no mercado chileno a empresa transou no ano passado mais de US$ 29 milhões e desde julho de 2017 estão operando também na Argentina, onde alcançaram US$ 2,3 milhões nos primeiros 5 meses. Além disso, CryptoMkt também opera na Espanha e agora no Brasil.

Mas, porque Ethereum? De acordo com Jofré, a Bitcoin hoje “seria como um celular Nokia antigo, que funciona bem, mas não tem muitas funções”, a Ethereum é mais “como um Iphone, que além de fazer ligações, incorpora aplicativos que podem ser programados na rede”. Nesse sentido, Jofré indica que “a valorização de cada moeda está baseada em parte na especulação, mas também no uso real que possui”.

Pablo Chávez, gerente geral da SurBTC, outra companhia chilena de criptomoedas, que alcança mais de 10.000 usuários ativos e transações superiores aos US$ 3.000 milhões, destacou também o Ether, dado o “potencial enorme que tem pela possibilidade de implementar os contratos inteligentes (smart contracts)”. Chávez também destacou a Ripple, uma criptomoeda lançada em 2012 e que em 2017 valorizou 13.500%.

“Tanto Litecoin quanto Ripple estão principalmente focadas nas transações de dinheiro ao redor do mundo. Muitos bancos estão interessados em Ripple e estão testando”, disse Chávez.
Porém, Harold López, da Universidad de Chile, explicou que “2017, o ano das criptomoedas, nos deixou claro que provavelmente elas vão se converter na principal forma de realizar transações no futuro”, porém não sabemos ao certo “se vamos continuar utilizando as mesmas moedas ou alguma nova”.

Regulação
Um dos principais riscos para as moedas, além da sua evolução tecnológica natural e competição, são os aspectos regulatórios, como já vimos com a proibição na China, explicou Federico Morello, sócio da PwC Chile, adicionando que “também podem aparecer moedas virtuais respaldadas por Bancos Centrais”.

Porém, Jofré da CryptoMkt garante que “a proibição é complexa porque o sistema é descentralizado. Sería difícil aplicá-la na prática. Além disso, existe um consenso de que essa tecnologia traz benefícios para a sociedade. Uma onda de proibição seria como tentar evitar o uso do e-mail nos anos 90, ou seja, uma atitude retrógrada.”

Autor: Pablo Guarda Velasco

VELASCO, Pablo Guarda. Más Allá del Bitcoin. Disponível em: <http://www2.latercera.com/noticia/mas-alla-del-bitcoin/amp/>.

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